Não é fácil

quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Estava o jovem Ricardo caminhando pela rua Alfenas tranquilamente. Ouvia rock em seu fone de ouvido com o volume no máximo. Cantava uma música da sua banda favorita. Nada parecia o preocupar naquela tarde de sol.
Ricardo já estava morando no Rio de Janeiro há quase um ano e meio. Deixara sua cidade natal, a comodidade e segurança de seu lar com seus pais. Queria estudar fora, fazer sua pós-graduação e iniciar sua carreira profissional. Buscava emprego em toda e qualquer agência que encontrava pela frente.
Acontece que muito tempo já se passara. Tinha agora 22 anos e não conseguira quase nada. Sentia-se perdido. Embora aparentasse tranqüilidade andando pelas ruas da cidade maravilhosa, por dentro agonizava. Imaginava o que aconteceria se sua poupança zerasse e seus pais não tivessem mais condições de bancá-lo.
O celular tocou na mochila. Deu “pause” na música. Atendeu-o. Era seu pai. Dizia que sua mãe estava demasiadamente preocupada com a situação em que se encontrava. Os dois estavam em Goiânia, implorando em uma ligação - que custaria caro - para que voltasse para casa. Desligou o celular. Ficou comovido ao ouvir seus pais o fazendo tal pedido.
Parou e sentou num banco na calçada. Pensou na condição em que se encontrava. Muitas dificuldades. Pensou também em seus sonhos de criança. Desde moleque queria ser cineasta; esse era seu maior desejo e melhor potencial. A vida estava dura para ele, sim, mas ele decidiu não desistir. Guardou o celular de volta, deu “play” no rock de novo e virou à esquerda rumo à rua Ararapira.

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