Mais amor, por favor

sexta-feira, 22 de abril de 2011
Não se pode sair discriminando a forma pela qual os gays expressam seu amor, porque não existe amor gay. Existe amor! Ele é igual para todo mundo.
Na falta dele, todos temos vontade de ouvir música fossa, tomar shampoo, comer gilete, ser dramático na dor que sentimos. E na presença dele, todos vemos o mundo se tornar um lugar mais parecido com um pêssego e menos com um abacaxi. Todos ficamos mais felizes e com a pele mais lisa. Sentimos que alguém, dentre os seis bilhões de habitantes de nosso planeta, e que não é a nossa mãe, sinceramente nos acha o máximo e nos adora.
O amor é o que nos faz sair da cama sem apanhar do dia lá fora e nos torna seres humanos mais humanos. O amor não é gay, porque é igual para todos.

O que me vale é estar aqui para dizer

domingo, 19 de dezembro de 2010
Estou em um refúgio, pensando. Longe de tudo e todos que tanto me fizeram mal durante certo tempo. Fugindo de lembranças e caminhos destinados a lugar nenhum. Fugindo até mesmo de mim e de onde passei muito tempo aprisionado. Na mão direita, tenho oportunidades. Na esquerda, planos para efetivar as oportunidades. Mas no momento, estou de férias. Dando um tempo da preocupação e do medo que carreguei comigo durante todo o ano. Agora poderei pôr em ação tudo que desejo fazer e não pude por estar enclausurado onde me sufocavam. Porém, ao contrário do que pode parecer, não foi tempo perdido. De acordo com o que penso da vida, cada singelo momento – feliz ou infortunado- vale muito a pena. Pois isto é estar vivo: deixar-se ser guiado pela sua existência e ver até onde ela pode te levar.
Alguns têm medo de serem levados para muito longe de si. E então eu digo que cada parte do que vivemos – nossa alegria, nossa dor, nossa glória e nosso sofrimento, ou até mesmo tudo aquilo que negamos – formam um conjunto do qual nós somos feitos.
É chegado mais um tempo de mudanças e de pensar na vida... E agora?
Sei que quero mais e posso mais. Preso nesse ideal, não temo nada que vier; muito menos o que passou. Pois, como diria um velho poeta, nada pode ser maior que a minha alma. Nada pode ser maior que a força que me rege.
De coragem e vontade sou movido. E é de coragem e vontade que movo o mundo.

Se for menino se chamará Lucas

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Há algumas semanas, Thaís estava tendo mais uma noite de amor com seu namorado. Como estavam juntos já há muito tempo, a confiança entre eles fez com que dispensassem o uso da camisinha dessa vez.

Embora tivessem sido displicentes sem sentir muita culpa, percebiam agora a grande furada em que se meteram. Thaís carregava em seu ventre de apenas 16 anos um feto de aproximadamente seis semanas.

Suas vidas mal começaram e eles já haviam desperdiçado-a. Era isso o que a jovem garota achava de sua situação. Seu quarto, de onde não tinha mais vontade de sair, guardava em segredo todos seus medos enquanto pensava que decisão tomar.

Contar ou não para seus pais? Esconder de todos até o último momento? E se abrisse a boca, qual seria a reação da família? Seus avós, o que diriam? Abortar seria uma opção?

Seu namorado, Daniel, em um surto de desespero disse que ela deveria abortar. Não! Isso para ela não era solução. Ia contra seus princípios em relação à vida. Porém, qualquer coisa que acabasse com seu sofrimento agora lhe parecia cabível.

Com essa ideia, sentia-se mais perdida que nunca. Sabia que tirar o feto naquelas condições seria considerado crime. E, definitivamente, não precisava e não queria mais um rótulo negativo. Já seria ruim demais ser vista como a adolescente que estragou grande parte de sua vida por causa de uma gravidez precoce.

Pois é em momentos como esse que se torna questionável a integridade moral e a consciência de responsabilidade social das pessoas. Thaís imaginou os milhares de garotas que abortariam se estivessem em seu lugar, talvez algumas por falta de informação, mas muito mais por conveniência própria. Por sorte, ela era mais instruída que muitas outras de sua idade e convívio, e não seria capaz de causar a si mesmo tamanho dano que esse ato de desespero lhe traria.

Foi assim, então, em meio a tantas hipóteses e probabilidades, que a jovem tomou sua decisão, depois de mais um dia trancada em seu quarto.

Andou em direção à sala, onde seus pais assistiam a um debate político na televisão. Coincidência ou não, candidatos à presidência da república discutiam sobre a legalização do aborto em nosso país.

Mesmo com muito medo, Thaís os chamou para uma conversa séria que mudaria todo seu futuro dali em diante.

Pergunte a Platão

terça-feira, 12 de outubro de 2010
Termina cada dia e acaba com ele. Fizeste o que pôde ser feito. Sem dúvida alguns tropeços e absurdos se insinuaram; esqueça-os o mais rápido possível.
Amanhã é um novo dia... Começa-o bem e serenamente, e com o espírito elevado demais para atrapalhar-se com suas antigas tolices.

Ralph W. Emerson

Não é fácil

quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Estava o jovem Ricardo caminhando pela rua Alfenas tranquilamente. Ouvia rock em seu fone de ouvido com o volume no máximo. Cantava uma música da sua banda favorita. Nada parecia o preocupar naquela tarde de sol.
Ricardo já estava morando no Rio de Janeiro há quase um ano e meio. Deixara sua cidade natal, a comodidade e segurança de seu lar com seus pais. Queria estudar fora, fazer sua pós-graduação e iniciar sua carreira profissional. Buscava emprego em toda e qualquer agência que encontrava pela frente.
Acontece que muito tempo já se passara. Tinha agora 22 anos e não conseguira quase nada. Sentia-se perdido. Embora aparentasse tranqüilidade andando pelas ruas da cidade maravilhosa, por dentro agonizava. Imaginava o que aconteceria se sua poupança zerasse e seus pais não tivessem mais condições de bancá-lo.
O celular tocou na mochila. Deu “pause” na música. Atendeu-o. Era seu pai. Dizia que sua mãe estava demasiadamente preocupada com a situação em que se encontrava. Os dois estavam em Goiânia, implorando em uma ligação - que custaria caro - para que voltasse para casa. Desligou o celular. Ficou comovido ao ouvir seus pais o fazendo tal pedido.
Parou e sentou num banco na calçada. Pensou na condição em que se encontrava. Muitas dificuldades. Pensou também em seus sonhos de criança. Desde moleque queria ser cineasta; esse era seu maior desejo e melhor potencial. A vida estava dura para ele, sim, mas ele decidiu não desistir. Guardou o celular de volta, deu “play” no rock de novo e virou à esquerda rumo à rua Ararapira.

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